Marcelo Albagli, para Blue Bus:
Quem acompanhou a Guerra dos Browsers, no fim dos anos 90, vivenciou um dos capítulos mais sangrentos da história da internet - e parece que essa mesma batalha está acontecendo novamente. Naquela época, a Microsoft colocava como objetivo estratégico a aniquilaçao total da Netscape, que desenvolvia os browsers mais populares e bacanas - ao contrário do Internet Explorer 4, que era feio, bugoso e, o pior de tudo, imposto aos usuários dentro do pacote Windows. A briga entre os gigantes terminou com o fim da Netscape e o poder unilateral de Bill Gates só foi diluído depois de muitas sessoes nas cortes de justiça dos EUA e Europa.
Dominar o mercado dos navegadores era uma questao séria; se todos usassem Netscape, a Microsoft teria muito menos controle sobre os padroes tecnológicos na web, e quem trabalhava com digital na época sabe que o plano da Netscape estava muito mais afinado com as idéias de uma internet livre, conceito estabelecido por Tim Berners-Lee, sem o qual muito provavelmente nao estaríamos aqui hoje - pelo menos nao da mesma maneira. A Microsoft, naquele entao, representava o lado negro da força. Com o código aberto para download de seu navegador, em 98, a Netscape incentivou que muitos outros browsers fossem criados, dando ao consumidor um poder de escolha que nao tinha antes.
Quando uma nova geraçao de usuários está tendo seu primeiro contato com o maravilhoso mundo da World Wide Web através de aparelhos celulares, é aí que fica mais claro como essa guerra está voltando a acontecer, orbitando mais ou menos entre as mesmas questoes. A Federal Communications Comission (FCC), agência independente do Governo norte-americano, está questionando a Apple (e a AT&T) por nao ter aceito o Google Voice na App Store. Da mesma maneira, a Microsoft acaba de lançar o XBox Live p/ o iPhone, e apesar da intençao em distribuí-lo gratuitamente, a Apple cobra USD 1,99 pelo download. Por que o app da Microsoft nao pode ser gratuito?
Será que na nova rodada de embates entre as gigantes da tecnologia, a super-cool Apple vai se comportar como a Microsoft dos anos 90, e a Microsoft, por sua vez, utilizará o software livre como estratégia para derrubar suas rivais, mais ou menos como tentou a IBM, ao abraçar o Linux como sistema operacional em seus servidores?
Mais uma vez, a briga aparece entre os modelos open-source e fechado - e mais uma vez, parece que a grande comunidade de desenvolvedores pode ser decisiva. Tem gente que aposta que quando o Fennec, versao mobile da Firefox, for lançado, nao vai dar pra Apple continuar abocanhando o mercado de telefonia móvel como tem feito. É esperar pra ver.
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